Pra não dizer que não falei da poesia

as vezes deixo faniquitos

de terra aquecerem me as

mãos apertando na palma

pedregulhos pontiagudos

a querer odiá-la na dor

intensa.

sangro para impulsionar-me em voo

estratosférico onde não

possa senti-la tão parente de mim;

a consumir-me a pele

personalizando minh’ alma

em cores ocres que não

dão aparências etéreas.

a fragilidade e candura

que vestem as flores

não constam no mapa

genético de minha essência

e meus ductos geográficos

não conduzem néctares e

seivas com doçura que atraia

beija-flores; irrigam-me com

lavas forjando-me material

resistente; mas fragilizado

na carência de ser leve e suave

como cisnes e tenro, delicado;

feito um broto de poesia.

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 26/06/2013
Código do texto: T4359467
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