Queria saber
Queria, sim eu queria,
que alguém me perguntasse
onde eu iria quando morrer...
Ah! sim eu saberia, eu iria lá
onde o mar beija a seca terra e procura
os desejos esquecidos no tempo,
com linguas espumosas.
Embalar-me-ia nas lembranças,
sopradas pelos ventos,
e deitaria o meu corpo na branca areia.
Queria recolher todas essas lembranças,
esse seria o meu último desejo,
amarrá-las num bouquet como
flores preciosas, com uma fita
roubada ao arco-iris e, assim,
doá-los à eternidade.
E, quem sabe um dia, vagando
no imenso azul do infinito,
ao encontrá-las, eu as reconheceria...