ANJOS
Lá, onde estão todos eles,
N'algum lugar indizível...
Invisíveis, diáfanos seres
Ilhargas dos homens perdidos
Que qual Ícaros lhes anseiam.
Lá, entre o pó das estrelas,
Contemplam-nos, embevecidos.
Sopramo-lhes ansiosas preces
E, na avidez de sermos ouvidos,
Ideamo-lhes o semblante.
Lá, entre o Eterno e o Instante,
Estes místicos seres de bruma
Olham por nós, e a eles oramos.
E em oníricas viagens noturnas
Entre zéfiros e ondas de espuma
Somente Lá os encontramos.