O ronco
O Ronco
Finjo elegância nos ônibus
que vomitavam fezes verdes fritas
na rodoviária Pão-de-açúcar de meus sonhos.
Oxiúros verdes e amarelos entram e saem dos frios savanas
do planalto central do meu corpo;
paulicéia desvairada que não é São Paulo, que não é Rio.
Finjo a dor realmente pra fingir
Sou eu quem urra nos poliedros desta cidade
– não é fingimento.
Tudo aqui chega tarde: os ônibus, a rodoviária, os sonhos, a sarça elétrica.
Porque aqui não é Rio, não é São Paulo.