LUZ NEGRA . . .
E a luz negra e narcisa
roubou a cor das retinas,
espectrou corpos e almas,
orvalhou nos cabelos...
e molhou suspiros...
e furtou o gosto de hortelãs;
da taça escorre o vinho deitado;
no pensamento a embriaguez;
na alma o silêncio meditante,
iluminando dias e desejos,
e tocando o Sol aos beijos,
mas violando tantos sonos...
replicando luz e loucura;
ascendendo, enfim,
à chama que acorda...enquanto
um Sol se põe e outro nasce...
um brilho interminante...
farsa intermitente...
e da força fez-se um verso
com a nobreza do Sol noturno
que sai e se desfaz
no rito iluminante das manhãs!
(Tadeu Paulo – 1º/3/2007)