fim

ai, que desejo

úmido

vento de ti

a arruinar paisagens

inquietas

e o mundo sopra

à tua revelia

palavras e insignificações

néctar de sal

e o mundo escuta

sedução de sedas

finíssimas

que te fizeram único

prestes a um vendaval

onírico

e o mundo silencia

teus gritos de sonhos

(são muitas agulhas na derme

rósea)

por ora,

sabeis

o caminho infame

da escuta maldita

( o Outro nunca te dirá)

conheça-te

desde

como em segredo

esquivo

pleno de curvas

esvanecidas

em madrigal

(teu)

(distância do que te faz

ser.)