Iansã
Das brumas do rio vermelho, queimando no fogo e se tornando mulher.
Das gotículas de água que saiam do vento, sua doçura se derramou.
Na agonia de um animal ferido, escondeu sua nudez.
Aos olhos de Xangô fez-se amor.
Ecoando o cântico de uma viagem sem fim.
Bravamente, sob os mares fez-se tormento.
No tumulto da noite escura e quente.
Um vulcão vermelho se abarca sobre o tempo.
Ah! Iansã! Lute bravamente por suas sereias!
Corra e transpasse as barreiras de qualquer medo.
Conforte-me em seu silencio sob a aurora.
Toque a tumba em que vivo e liberte-me de mim.