LETRAS DO SEMPRE



O poema
se derrama nas gavetas.
Se encharca de letras
sangue, sonhos, ilusões.
Verdades, mentiras,
a solidão das ruas,
as fábulas que atuam
nos delírios, nas visões.

O poema desmancha-se no peito
imperfeito, côxo, aleijão refeito
na mesa do coração.

O poema faz seu próprio show
bonito, feio,
com rosto ou mascarado
tudo como manda o recado
da dor e do vôo.




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Imagem: Super beautiful photos