O Espírito do Quarto

Sentado sobre o colchão ao chão

Um quarto vazio era minha casa

Sombrio, cada som, meu coração

Acelerava, árvores, pombos e asas

Detento do meu próprio desespero

Tanto tempo trancado no sofrer

Perdido no incômodo e imundo cativeiro

E sem fuga, em estado, desfalecer

Sangue derramado na porta

Marcas de arranhões de temor

Um cômodo esquecido, morta

Natureza viva, um suspiro de dor

Lágrimas inexistentes de melancolia

O frio intenso me mutilava

Nem a lembrança antiga me fazia

Sorrir, nem sei se vivo estava

Ossos de um homem enlouquecido

Preso eternamente feito um rato

Na manhã seguinte, eu havia esquecido

Era eu, o próprio espírito do quarto...

Roberto William
Enviado por Roberto William em 19/05/2012
Reeditado em 22/05/2014
Código do texto: T3676887
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