O Espírito do Quarto
Sentado sobre o colchão ao chão
Um quarto vazio era minha casa
Sombrio, cada som, meu coração
Acelerava, árvores, pombos e asas
Detento do meu próprio desespero
Tanto tempo trancado no sofrer
Perdido no incômodo e imundo cativeiro
E sem fuga, em estado, desfalecer
Sangue derramado na porta
Marcas de arranhões de temor
Um cômodo esquecido, morta
Natureza viva, um suspiro de dor
Lágrimas inexistentes de melancolia
O frio intenso me mutilava
Nem a lembrança antiga me fazia
Sorrir, nem sei se vivo estava
Ossos de um homem enlouquecido
Preso eternamente feito um rato
Na manhã seguinte, eu havia esquecido
Era eu, o próprio espírito do quarto...