AS MUITAS NOITES
De novo, eu às voltas com a noite – insônia!
Já escrevi que a noite não dorme, também
Já escrevi que dorme – ambos os casos, certos!
A noite pode dormir ou pode ficar acordada,
Mas não é insônia, está em sua natureza mesma,
Conforme exigem as circunstâncias , as tarefas!
Dizem que a noite é apenas sombra...Absurdo!
A noite não é um Manto Negro, peça única e indivisível!
Existem várias noites – cada local tem sua noite:
Existe a noite aqui do meu quarto, existe a noite lá da rua,
E a barulhenta noite de um clube noturno, a noite hospitalar,...
Existem as noites preguiçosas, as noites agitadas, as nervosas,...
A noite que me faz companhia hoje, está muito silenciosa,
Mas não está com sono nem preguiçosa – muito pensativa,
Um silêncio de monge budista, de mente ativa, alerta – viva!
Em respeito a esta amiga que muito já me ouviu calada,
Fico quieto, não falo nada, mas este silêncio na madrugada
Pesa uma tonelada! Silêncio, solidão! Fico apreensivo,...!
Lembro-me daquela que tem me livrado do vazio, do nada;
Minha companheira, que se entrega a mim como uma gueixa
Para ser usada, amada – a poesia! Essa dama da sabedoria,
Das alegorias tem sido minha companhia – nunca me deixa!