A sós,a Louca e o Mendigo
Há um mendigo no meio da praça
Chorando poemas
Falando com a chuva
Pobre alma serena
Louco poeta inocente
Dois olhos nus vestiam a alma do mendigo...
Sem pés,nem mãos, nem sapatos
Somente um par de olhos
Banhados de primavera,quase uma ilusão
Exercendo sobre mim fascinação inelutável
Fios de luz neblinavam o seu corpo e só os olhos exaltavam
Doces,fortes,já meus.
Pobre mendigo,nada possuía...Corpo? Alma? Coração? Nos olhos trazia
E fora roubado naquela noite ainda
No meio da praça
No silêncio mais breve...Alguém tomou-lhe os olhos,guardou-os depressa e vive feliz contando vantagem.
Indícios apontam uma só suspeita ,a Louca da estrela que vaga na noite com as mãos vestidas de luz e somente os olhos se enxerga...