Lágrimas que queimam

Na rua estreita,

transitam sentimentos perturbadores

que estão a espreita.

Se posicionam nas esquinas

e se infiltram na pele dos que passam,

sem causar dor inicial, como se tivessem morfinas.

Com o tempo,reagem na célula

e contamina o coração da pessoa incrédula.

Nas ruas estreitas circulam seqüestradores de espíritos

que aguardam por um momentos aflitos.

Chegam como generais de guerra

comandando gigantescas libélulas.

Seqüestram os que caem,

nas ruas estreitas em que o asfalto se desfaz.

Trazem lágrimas que queimam

a imagem ,registrando na face

curvas sinuosas de sua enfurecida passagem.

Adoece o espírito, apaga o que esta caído e

tudo o que de bonito

nele foi escrito.

Nas ruas estreitas e sem iluminação

brincam a falta de esperança e a solidão.

Se chocam com os átomos dos que passam

mutilados e que se apoiam em muletas de papéis

que depois são rasgadas,porque consigo mesmos foram infiéis.

Na face enrugada, marcas preenchidas com

lágrimas que queimam e que inunda a rua estreita,

provocando o incêndio e naufragio

de barcos visitantes com a sua colheita.

Valéria Leobino
Enviado por Valéria Leobino em 22/01/2012
Reeditado em 01/05/2012
Código do texto: T3455858
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