Ruídos

Estes ruídos que poderiam estar mortos

a beira de precipícios,

poderiam nem existir.

Jogados e tortos,

hoje julgam meus auspícios,

e como ontem,

adiante e sempre

meus pés consomem pedras, e até risos.

E se o silêncio falar mal de aventuras,

confabulam com ruídos moucos

sem mendigar vida

em sua candura.

Juraria que todos estão loucos.

Vai seguindo errante,

por trevas enluaradas

meus pequenos planos e até meu juízo.

Quando a esperança balouça o pequeno sonho,

é hora de libertar os ruídos,

abandonar o porto,

seguir uma liberdade sem tamanho,

ouvir do passado seus gemidos.

Mas eu penso que o sofrer não é de agora,

é para o pobre e para o rico,

um ruído constante.

Nadilce Beatriz
Enviado por Nadilce Beatriz em 25/12/2011
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