Réquiem para a neve

Grânulos fungíveis

transmutados em silêncio

e surpreendentemente

grassa

...a grande bola de neve...

Ó, neve, não te quero branca,

mas quero-te

anulada, dissolvida,

completamente.

Para nunca mais assistir

tua bucólica encenação

de afeto,

no palco transladado

dos teus dias de gozo

em que só contracenavas

com teus mucos de silêncios.

Ah, neve que não te quero:

- que neves para sempre,

em teu mundo frio e distante,

com teus gélidos lábios mutantes,

algodão doce, ambulante,

e enfermo de si.

(Direitos autorais reservados).

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 03/01/2007
Reeditado em 26/12/2010
Código do texto: T335615
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