AMANHÃ

E nas manhãs que eu despertar

Pelo estrondoso vizinho ainda cedo

Que ao seu velho carro ligar

Me leva a pensar em segredo...

O sol na janela me chama:

Mas ainda é cedo, ó astro rei!

Deixa eu sonhar nesta cama,

Mais tarde eu levantarei!

Mas insta a vida ao me chamar

Para o mundo dos acordados,

Dos magos pássaros a cantar

E dos desejos rebuçados.

E nos céus nuvens cinéreas,

Raios do sol por entre elas

Clareiam as faces funéreas

Das casas, nas suas janelas.

Nasce mais uma esperança;

Mais um dia de vida é vida,

Mais agre que uma lembrança

É a saudade da minha querida.

Eu já desperto do meu sono

Levanto e sento para compor

A poesia que não abandono,

Nem a lembrança de um amor.

Pois que o hoje ontem será

Quando o dia os olhos piscar,

Amanhã será hoje, quiçá!

Espero também nele acordar.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 12/10/2011
Reeditado em 07/09/2016
Código do texto: T3271837
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