AMANHÃ
E nas manhãs que eu despertar
Pelo estrondoso vizinho ainda cedo
Que ao seu velho carro ligar
Me leva a pensar em segredo...
O sol na janela me chama:
Mas ainda é cedo, ó astro rei!
Deixa eu sonhar nesta cama,
Mais tarde eu levantarei!
Mas insta a vida ao me chamar
Para o mundo dos acordados,
Dos magos pássaros a cantar
E dos desejos rebuçados.
E nos céus nuvens cinéreas,
Raios do sol por entre elas
Clareiam as faces funéreas
Das casas, nas suas janelas.
Nasce mais uma esperança;
Mais um dia de vida é vida,
Mais agre que uma lembrança
É a saudade da minha querida.
Eu já desperto do meu sono
Levanto e sento para compor
A poesia que não abandono,
Nem a lembrança de um amor.
Pois que o hoje ontem será
Quando o dia os olhos piscar,
Amanhã será hoje, quiçá!
Espero também nele acordar.
(YEHORAM)