MEIO MUDA MEIO RANZINZA
Eis aqui uma parada
vou contar meio baixinho
encontrei uma danada
que ficava num cantinho
Ela vivia rangendo da vida
reclamando de sua tristeza
ela nem via uma saida
mas a queria com certeza
Se enamorou por uma donzela
que lhe mostrava o horizonte
e o seu nome era "janela"
e queria fazer-lhe uma ponte.
Se apresentou rapidamente
Sou uma "porta"como pode ver
E sempre vivo aqui descontente
pelo que vejo sempre acontecer
Passa dia e passa noite
e por mim muitos vão passar
eu me sinto como num açoite
pois não saio do mesmo lugar
Mas quando notei sua presença
Ai quieta me olhando num canto
Eu rapidamente e sem pedir licença
vim chorar pra ti o meu pranto.
Quero enlaçar nossas vidas
nesta casa fazer nosso espaço
te chamar de minha querida
te presentear com um laço
Sei que parece uma utopia
me abrir os sentimentos
é que em ti notei, reluzia
todos os meu pensamentos.
Sei de seus braços abertos
me mostrando uma saida
por isso estou bem certo
por você estou caida...
inspirada no texto CANTO DA PORTA de Mário Macedo de Almeida