...___A Facínora...___A Vida...

Venha

Não é isso que tu queres?

O meu veneno letal

Escorrendo a um fel

De meus vulgos lábios de mel

Venha

Não te acanhes

Pela vulgaridade de mia sede

No dissipar de teu sangue venoso

Às entranhas de meu corpo ruidoso

Venha

Por que t´enches de orgulho?

Em maltratar-me voraz?

Facínora é o teu reles nome

E da morte, és prostituta e consorte

Venha

Absorta no emaranhar-se de mi´alma

Colha as fagáceas de tuas entranhas

Sorva o gozo famélico de teus prantos

E das gotículas de tuas lágrimas, ora ao teus santos

Venha

Embeba-te da liturgia mundana

Abençoa-me sob a teurgia bacante

Apossa-te das palavras picantes

E das gotas do vinhedo, caminha-te inebriante

Sob a augusta luminosidade lunar

E pelos os pólipos cadavéricos do submundo

Polinize em seu âmago surreal

A libinosidade harmoniosa, jocosa e letal

Caminhando pelas plantações de seus coitos

E cabisbaixa, sofra as dores do teu parto

Abençoada seja às chamas argênteas do plenilúnio

E jamais sofra pelas chagas deste frívolo infortúnio

Tiago Tzepesch
Enviado por Tiago Tzepesch em 25/08/2011
Código do texto: T3181040
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