MAR DE ABSTRAÇÃO

Pela minha vida passa uma correnteza que me arrasta.

Contra ela nado de braçadas.

Não consigo sair do lugar – avanço e retrocedo.

Às vezes deixo-me boiar sendo levado para os braços da corrente.

reluto – dou braçadas

quero sair deste rio que corre para o norte

insisto

mudo minha sorte

Vou nadando, debatendo-me

lutando nesta água em corte

Águas impetuosas

Águas do rio que se chama Corrimão

Rio caudaloso que me arrasta levando-me para o MAR DA ABSTRAÇÃO.

L.L. Bcena, 21/11/1999

POEMA 281 – CADERNO: ROSA VERMELHA.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 04/08/2011
Código do texto: T3139121
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