OSSOS

Dentre todas as belezas animais,

Nas gigantes florestas tropicais,

Até aos imensos vales e lodaçais,

Através dos ares e mares colossais...

Das remotas eras o "Homo Sapiens" nunca viu

Em verdade, a fauna e flora que por lá existiu,

E somente através dos fósseis ele as conferiu.

Nos seus estudos da reconstituição e triagem,

Em toda a sua beleza, perfeição e montagem,

Do pouco que para nós sobrou e ainda resistiu...

São provas bem concretas e reais,

De que aqui na terra esses animais,

Nadaram e rastejaram,

Caminharam e voaram...

Tudo isso acontece e muito mais,

Em museus de histórias naturais.

Também em muitas formas de pinturas,

Está imortalizada as plantas, as aves,

Os répteis e todas as gigantes criaturas.

O que aconteceu com aquele lindo universo?

Por que motivo o imenso vale desapareceu?

Com certeza um grande cataclisma ocorreu...

Entre especulações não se sabe ainda o certo...

O que houve com esse vale que não era perdido?

Por quê quase toda a exótica fauna dali sumiu?

Desde predadores mortais,

Até os pacíficos colossais,

Todos desapareceram da imensa face da terra.

Quem sabe talvez para um novo ciclo começar,

Onde o outro que nós nunca vimos, se encerra.

Seriam as ondas gigantes de maremotos?

Quem sabe grandes e terríveis terremotos?

Vários vulcões que em erupções violentas,

Tamparam com cinzas o sol por muitos dias?

Ou um frio duradouro e muito intenso, na era glacial?

Talvez um meteoro dantesco que caiu sem dar sinal?

Creio que ainda é um insolúvel mistério,

O que houve entre os nossos hemisférios...

Vidas que a ciência avançada não trará jamais.

Assim, resta a história nos contar em seu critério,

As belezas que ficaram, pelos seus restos mortais.

Para os que eu não julgo normais...,

Pois, não somos em idéias e ideais,

Tampouco em teorias todos iguais...,

(Já ouvi os seus comentários bossais).

Eles dizem: São apenas ossos como os nossos!

E eu digo: Mas, para nossa real atualidade,

Tem uma grande diferença de moralidade!

Os grandes animais que ao passar dos tempos,

Foram enterrados e depois sendo descobertos;

Morreram por causa dos efeitos naturais.

Bem diferentes dos seres homens animais,

Que ao longo do tempo foram se matando

Sem razão, por não serem nada espertos,

De um jeito bizarro e de formas tão brutais.

E então, ficaram daqueles seres apenas ossos?

Olhando para os ossos secos e petrificados,

Imagino os dias de glórias por eles passados...

Por esse exato motivo, peço que sejam respeitados!

Agora eu observando um contraste normal,

Que nos apresentam, esses fúnebres jornais...

Ao qual acontece muito em qualquer capital,

Com notícias de horrorosas mortes anormais.

Vejo assistindo, já gravando em minha memória,

Uma ossada humana de um pavoroso homicídio,

O qual ainda não teria sido desvendado.

Talvez o morto já vivia em seu próprio presídio;

Nem imagino como deve ter sido a sua história,

Antes de ele ser friamente executado...

São apenas ossos?...

Poucas pessoas,

"Fora o sorriso que uma

Caveira sempre estampa",

Imaginam como é triste,

Ser um esqueleto sem nome...

Quando é uma carcaça recente,

Esse resto que um dia foi gente,

É uma ossada úmida, muito fria e lisa,

Que ao se ver, nossos olhos paralisa.

Quando é porosa, é branca como o giz!

Esse mudo esqueleto a nós nada diz...

Já seca é tétrica, muito velha é tão trincada!

Ao relento e apodrecida, a ossada encontrada.

E se foi má? Nunca essa alma será perdoada.

E se foi boa? Não lembra a sua beleza levada.

Aí você poderá analisar, olhar, olhar e olhar...

Mirar a cara da caveira a te olhar e analisar...

E já sem o perdão da perplexa razão,

Com a morte fixa na distorcida visão,

E com medo desta própria morte a rondar a sua sorte,

O infeliz para, pensa e diz: Coitadinho! Apenas ossos...

Eu completaria e desculparia a sua anterior heresia,

Dizendo na minha sobriedade e sem nenhuma ironia,

Que: Antes os ossos dele do que os nossos!

Setedados
Enviado por Setedados em 10/06/2011
Reeditado em 13/10/2011
Código do texto: T3027133
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