PANTERA NEGRA
Naquela noite ela surgiu.
Surgiu ante mim toda reluzente.
Pude sentir naquele olhar
Toda ternura que emanava do teu ser.
E me fitava, e tua vóz parecia rugir
Dentro de mim.
Ví-A em meus sonhos,
Ouvia seus sussurros.
Procurava-A em meus pensamentos,
E, ao mesmo tempo sentia medo.
Alí estava ela à minha frente,
Sentia sôbre mim teu hálito quente.
Fiquei olhando e rebuscava
Nos refolhos da consciência
Onde tinha visto aquele ser,
Que me olhava, e sussurava
Baixinho, meu nome.
A ternura com que me fitava.
Seus olhos verdes, de jade
Tocaram as fímbrias de minh'alma.
E numa sucessão de vertigens
Perdí-me na voragem deste olhar.
Lutei, tentei afastar-me, mas
Sucumbí ante a força deste olhar.
Afinal, porque lutar?
Por que temer, se
Para minha felicidade
Encontrei a Pantera Negra
Da minha vida?