PANTERA NEGRA

Naquela noite ela surgiu.

Surgiu ante mim toda reluzente.

Pude sentir naquele olhar

Toda ternura que emanava do teu ser.

E me fitava, e tua vóz parecia rugir

Dentro de mim.

Ví-A em meus sonhos,

Ouvia seus sussurros.

Procurava-A em meus pensamentos,

E, ao mesmo tempo sentia medo.

Alí estava ela à minha frente,

Sentia sôbre mim teu hálito quente.

Fiquei olhando e rebuscava

Nos refolhos da consciência

Onde tinha visto aquele ser,

Que me olhava, e sussurava

Baixinho, meu nome.

A ternura com que me fitava.

Seus olhos verdes, de jade

Tocaram as fímbrias de minh'alma.

E numa sucessão de vertigens

Perdí-me na voragem deste olhar.

Lutei, tentei afastar-me, mas

Sucumbí ante a força deste olhar.

Afinal, porque lutar?

Por que temer, se

Para minha felicidade

Encontrei a Pantera Negra

Da minha vida?

Ademar de Paula
Enviado por Ademar de Paula em 03/04/2011
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