SALVAÇÃO EM DELÍRIO
Solto os meus sons quando sou cruelmente perseguido,
Deixo para trás essa epiderme humana que me revestia...
Sou parte praga e parte Deus, no lamento e luz que via,
Mesmo que a morrer em carma eu te curo o mal sofrido.
E algo que esteja a purificar-me em bálsamos de vidros escuros,
Repelirá essa vermelha cruz dos ódios, que percorreste em vida,
Será como o sangue a dar-lhe uma nova existência em outro ser.
Quando os lados mutantes em metade de ti forem todos impuros,
Renascerá a aberração da existência, que por você foi escolhida;
Então eu me matarei enfim, nessa imagem que tanto tu vês sofrer.
Livro-me das marcas de chagas pelo meu corpo assinalado de inscrições,
Umas falavam sobre a coragem e muitas justiças de um guerreiro santo...
Outras mencionavam a morte, que ainda caminha derramando maldições;
Em nova pele fico a ler-me em fatais presságios deste agourado manto.