ONDAS QUE MATAM
Nas ondam que matam
dum mar bravio
são elas que arrastam
este meu navio.
Prestes a se quebrar
em alto mar
que ao se encapelar
num vil naufragar.
Nas ondas que matam
de lágrimas cadentes
o xingo dos ventos
das mágoas recentes.
Nas ondas que matam,
quebram sobre a ferida
esta discórdia maldita
que mutos nos arrasam.
Nas ondas que matam,
sofro um naufrágio,
meus pertences ao mar
sinto um mal presságio.
Nas ondas que matam
correntezas da ira
arrastando o ódio
que estava na sua mira.
Nas ondas que matam
os que querem amar
as perfídias disfarçam
furacões neste mar.
Nas ondas que matam
marinheiros experimentados,
íntimos das marés
ficam desesperados.
Nas ondas que matam
o estado de letargia
a inércia vadia
nunca, nada ameaçam.
Nas ondas que matam
sinto a tua ausência
o amor sufocado
falta da tua essência.
Nas ondas que matam,
timoneiros do leme
mãos firmes sem norte,
a bússola desta morte.
Nas ondas que matam,
se não tem leme o coração,
cordas da prôa enlaçam
e amarram o timão.
Nas ondas que matam,
matam só por matar,
para ver o amor se afogar
no balanço bravo do mar.
(YEHORAM)