ONDAS QUE MATAM

Nas ondam que matam

dum mar bravio

são elas que arrastam

este meu navio.

Prestes a se quebrar

em alto mar

que ao se encapelar

num vil naufragar.

Nas ondas que matam

de lágrimas cadentes

o xingo dos ventos

das mágoas recentes.

Nas ondas que matam,

quebram sobre a ferida

esta discórdia maldita

que mutos nos arrasam.

Nas ondas que matam,

sofro um naufrágio,

meus pertences ao mar

sinto um mal presságio.

Nas ondas que matam

correntezas da ira

arrastando o ódio

que estava na sua mira.

Nas ondas que matam

os que querem amar

as perfídias disfarçam

furacões neste mar.

Nas ondas que matam

marinheiros experimentados,

íntimos das marés

ficam desesperados.

Nas ondas que matam

o estado de letargia

a inércia vadia

nunca, nada ameaçam.

Nas ondas que matam

sinto a tua ausência

o amor sufocado

falta da tua essência.

Nas ondas que matam,

timoneiros do leme

mãos firmes sem norte,

a bússola desta morte.

Nas ondas que matam,

se não tem leme o coração,

cordas da prôa enlaçam

e amarram o timão.

Nas ondas que matam,

matam só por matar,

para ver o amor se afogar

no balanço bravo do mar.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 01/12/2010
Código do texto: T2647598
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