Sinistro romantismo
 
Que asas são essas, submersas nas vaidades
Tão próprias  das conspirações?
Que asas são essas, que pendem ao sol e,
Cismam de desperdiçar energia
Bem na hora do rodopio, cambaleiam exaustas
E independentemente da minha utopia, tombam
E ficam lá, no meio do nada,
Enquanto meu cérebro chacoalha?
 
Pago com a moeda de um peso lírico, o tempo de voo
Do meu desequilíbrio, da loucura enrustida e,
Da minha inédita, instigante e intrépida concordata!
Sou agora, o arpoador dos sonhos mexidos
À lágrima e cimento,

Ah esse concreto armado, quanta pressão, quase desmaio...
Ainda tenho asas, mas tão pouco movimento!
Faço apenas, um último pedido, enquanto ainda pairo:
-Apenas me dê tempo, 
Quero agradecer pelos amores que eu tive,

Enquanto eu caio...
 
 
 
 
Cristina Jordano
Enviado por Cristina Jordano em 18/11/2010
Reeditado em 19/11/2010
Código do texto: T2623728
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