SINISTRO

Com tochas roubadas

furámos as trevas

soltámos os cães

furtámos à noite

mansões assombradas

vertendo pavor.

Pisámos tapetes

de folhas que davam

estalidos de dor.

Os olhos das sombras

e os os uivos das feras

e as aves gemendo

fendiam o chão.

Atrás vinha o medo

e à frente clarões

trovões no arvoredo

com braços gigantes

dedos retorcidos

e já descarnados

de acor azulada.

Leiria, Portugal

Orlando Caetano
Enviado por Orlando Caetano em 29/08/2010
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