SINISTRO
Com tochas roubadas
furámos as trevas
soltámos os cães
furtámos à noite
mansões assombradas
vertendo pavor.
Pisámos tapetes
de folhas que davam
estalidos de dor.
Os olhos das sombras
e os os uivos das feras
e as aves gemendo
fendiam o chão.
Atrás vinha o medo
e à frente clarões
trovões no arvoredo
com braços gigantes
dedos retorcidos
e já descarnados
de acor azulada.
Leiria, Portugal