Ensaios (Pro) Fanáticos
I
Talvez seja forte, o fraco que por sorte
Sacia a fome do ímpio
Talvez seja fraco, o forte que sem sorte
Mata a sede da ímpia
Santa e Profano
Bailando com a cama na varanda
Sete luas seguidas
A espera do frio, no relento do calor
Corpos nus deleitam
Saciando: a fome
Matando: a sede
II
Talvez seja fraco o forte que na morte
Avia a alma da ímpia
Talvez seja forte o fraco que na morte
Alia a alma do ímpio
Profano e santa
Cobertos pelas ninféias do vergel
Sete sóis seguidos
Admoestando Eros erótico
Aviando a alma
Aliando a alma
Sem sede, sem fome
III
Talvez seja a santa que sem sorte
Alimenta a fome do profano
Talvez seja o profano que por sorte
Satisfaz a sede da santa
Alados em templos sugando o néctar
Nos campos Elíseos
Sete sóis e sete Luas
No clarão das negruras
Avia, alia as almas
Viventes na perpetuação
Lendas, púrpuras e mortas
IV
Talvez seja sorte, a forte morte do fraco
Talvez seja a morte do fraco sem sorte
Saciado, satisfeito inócuo?
Negas a ti em pleno dilúculo
Corre do profano pai
Aninha-se no colo da santa mãe
Rebento, ímpio e a santa
Com um éden arborizado de maçã
Beija a terra beija o mar
Voa no vento a tempo de viajar
No inicio, no meio e no fim