PÁSSARO PEREGRINO

Venho de muito longe.

Grandes telhados profanos.

E de góticos sonhos

voando de ano em ano.

Luminárias, espumas, cinzas.

Avenidas esquálidas.

Sopros espirituais,

velhas malas.

Vôos sem dupla,

potenciais sebes amorosas

que me trazem a culpa

de suas noites silenciosas.

À lâmina, tanta pureza

em minhas asas combalidas

corta a brutalidade

dessas músicas escondidas.

E refaço vôos num cenário

onde espantalhos extraordinários

continuam afugentando a vida.

(D.A. reservados)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 13/09/2006
Reeditado em 26/12/2010
Código do texto: T239282
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