A OUTRA

A OUTRA

Quem é esta que me habita

e se faz tão estrangeira,

peregrina em seu dossel?

Eu sou pouco e ela plena

de ousadias tão libertas;

eu escondo e ela exibe

a insensatez em seus versos.

Quem é esta que me cobra

estradas longas, veredas,

audácia de cordilheira, barulho de cachoeiras?

Eu sou cinzas, ela é brasa,

se caminho, ela corre,

na escuridão dos meus dias

ela planta vaga-lumes.

E por fim me desafia:

a voar por entre as letras,

a plantar versos num mergulho

e a sentir como um poeta.

Basilina Pereira

Basilina Divina Pereira
Enviado por Basilina Divina Pereira em 11/07/2010
Código do texto: T2371826