SE NÃO HOUVESSE UM SALVADOR...
É meia-noite sempre a qualquer hora do dia
O vento tem cheiro de morte
E as nuvens são o principiar das trevas
As luzes não estão mais acesas...
O luar se amarelou com a imundice da Terra
Nessa vastidão de mundo só existe hipocrisia e falsos moralismos
As chagas estão abertas...
É meia noite sempre a qualquer hora do dia
Ó Golgota, a quem esperas?
O sol vai consumir a Terra
Os olhos estão abertos
O cheiro da água é putrefato
E o nome de Deus corre em bocas profanas
As chagas estão abertas...
É meia noite sempre a qualquer hora do dia
As lágrimas ferem os olhos, com sangue a jorrar
Onde estão as mãos postas?
Estão louvando a Satanás
Profanação, dirás
Mas a dor dilacera os ossos e nem assim os seres se tornaram fiéis
As chagas ainda estão abertas...
A meia-noite já inundou o que era dia
A ferida é branda para o coração dos imundos
Mas as chagas continuam abertas
Bem aqui dentro de mim
Se consome de bichos que carcomem minha carne ferida
Como são capazes de usar teu santo nome em vão, Senhor?
Ó Golgota, a quem esperas?
Já estou crucificado, na cruz do mundo...
Nessa imensidão de chamas
As chagas ainda hão de se fechar
Senhor vem depressa
Jesus, toma seu lugar!
As chagas inda vão cicatrizar...