Calabouço
O poeta que há em mim
Martela uma palavra na garganta
Para deixar de ser óbvio
De tão desnudo ,o próprio ópio
De ser tudo, menos o que encanta!
O poeta que habita minha jaula
Encabula o espaço em branco
Arruma umas garras malditas
E fere a face da poesia
Numa elegia de calar o canto!
O poeta que ocupa o subterrâneo anexo
Masturba partes e membros tristes
Sabe que não há ternura fora dali
Goza comigo num tambor espectro
Um revólver de vários calibres!