Calabouço
 
O poeta que há em mim
Martela uma palavra na garganta
Para deixar de ser óbvio
De tão desnudo ,o próprio ópio
De ser tudo, menos o que encanta!
 
O poeta que habita minha jaula
Encabula o espaço em branco
Arruma umas garras malditas
E fere a face da poesia
Numa elegia de calar o canto!
 
O poeta que ocupa o subterrâneo anexo
Masturba partes e membros tristes
Sabe que não há ternura fora dali
Goza comigo num tambor espectro
Um revólver de vários calibres!
 
Cristina Jordano
Enviado por Cristina Jordano em 11/04/2010
Código do texto: T2190904
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