A cidade é lúgubre
A cidade é lúgubre
Ela canta de madrugada
Vende drogas, papel e champgne
Tira extratos e sequestra senhoras
Vende corpos e bebe apaixonadamente
Ela dança com compostura de uma bailarina
E vive num manicômio sem espuma.
Sua limpeza é alpiste e aerossol
Tanta beleza sai pelo ladrilho
Ou pelo esgoto junto com o lixo
Papel marfim, crispim, maconha
Psicopata é a sua proteção
Dinheiro sua única muralha.
Ludibriadora de bobos sacanas
Assassina suicida dos bairros e freiras
Dona das putas, lolicons, igrejas
Senhora bissexual, sem adjetivo incompleto
Arrebatadora, jogadora de hóquei
Poderosa copinha das noites.
Dona de peitos fartos e macios
Nos quais eu sempre quis mamar
Mamar neles para sempre
A cidade é lúgubre.