Magia Perdida

Na estrada, os tijolos ainda são amarelos.

Em círculos, silenciosa, nenhum ser capaz de romper suas curvas.

O ciclo se fecha, o fim é longínquo.

A esperança do encontro, assim como ela, se perde no horizonte.

Nenhuma riqueza, nenhuma vontade.

Um leão voraz comeu todo o bom, todo o bem.

Até mesmo o sapato cravejado de rubis que encorajava a caminhada foi engolido.

Nenhum amor, nenhum sentimento.

Nem mesmo o sonho do enlatado em ter um coração foi suficiente.

A lata deu lugar à borracha, e emborrachados imaginam amar.

Nenhum pensamento, nenhuma perplexidade.

O espantalho não assusta, pelo contrário, faz rir.

A razão, banalizada, voa no oco individual.

Na estrada, os tijolos ainda são amarelos.

Nenhum mágico no fim dela.

Apenas o concreto erguido entre colinas também concretas.

O sonho agora é real.

E o lar continua sendo o melhor lugar do mundo.