PITOCO E A LUA
A lua era tão bela e tão grande
que´u tinha medo de olha-la de frente.
Espiava pela fresta da janela do quarto com medo dela me atrair...
Meu pai dizia que ela tem força magnética como o imã do meu gidão de roda.
Ela brotava do chão na encosta do morro sua luz de prata espalhava por toda mata e bem pude vê, naquele dia ela tão perto... ela tão cheia e tão nova que tive medo dela me engolir tão perto se fez de mim que pude vê a olho nú seus brocados de queijo.
Entorpecido de encanto e de medo sentava a porta de casa
ao lado do meu pai, absorto, fumando seu cigarro de plalha...
prá vê a lua em noite de gala, brilhando... brailhando cheia de enanto!
A bicharada norturno num só fuzuê cantava... gritava que zunia o ouvido da gente, eu sentado no batente, meu pai na sua espriguiçadeira, encantados com o canto noturno das rapineiras, gralhando na mata e por vezes na soleira, encantados com a lua
no céu de nosso arraial.
Um ruído repentino levantou-me do chão e meu pai sem tutubiar de cadeira disse-me: calma Pitoco é só um pio de coruja.
Ai que saudade do luar da minha terra, do meu ninho entre as serras,
da magestade sabiá.
Tudo aqui nem se compara ao pouco, com a paz que eu tinha lá !
Saudade de minha terra, saudade de minha Dinda e de minha Iaia Nêga
e dos petisco que elas guardavam pra mim dá...
Saudade do luar do meu sertão.