Premonição...
Vento... O que trazes no soprar que vogas,
Se aromas rosa, mesclando mirras e anais?
Sinto húmus aspirando, no rugir das vogais,
Nas rocas que teço roucos grãos retiram ais...
Vento... Seu dizer não entende... Não sinto
E me torno aprendiz, ao ouvi-lo bramindo!
Na poeira que envolve o solfejo que pinto,
Fiando os rumos, seguindo a vida tingindo...
Vento... Zune o passar rajada, abençoada,
Beleza fragmentada da efêmera mocidade
Que desfazem os lúdicos na brisa ateada
No eriçar dos pelos, exprimindo verdade...
Vento... Queres que veja o bago maduro?
A rolar na poeira a encontrar outro solo
A germinar no cume. Lobrigando louro
A flor sem perfume, á murchar por consolo...
Vento... Tramo versos nas linhas que bordo
Torpedo espectro na aragem, a surda visão!
Permeio sentido a tatear a ilusão, e discordo,
Arrepio senso, que vem a mim dizendo alusão...
“A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak
14/5/2006