UM SONHO ESTRANHO
Sei que estou sonhando
Pois sigo livre nos ares
Minha alma deslizando
Percorrendo todos os lugares
Que há anos vivo imaginando.
È uma sensação estranha,
Flutuando entre nuvens, passo planando,
Pelos rios, pelas verdes montanhas.
Em meus sentidos a calma me acompanha,
Como por encanto cicatrizaram
As feridas que sangravam em meu peito,
As dores que suportei em meu íntimo,
Tudo desapareceu, tornou-se sem efeito,
Não sinto nenhuma agonia,
Nenhuma nesga de tristeza!
Sonhando, como se fosse um ser alado,
Em uma rapidez incrível
Flutuo sobre um mar de ondas amareladas,
Como em um encanto, observo,
A areia de uma praia dourada,
Caminho a beira mar, afundando,
Os pés descalços nesta areia molhada.
O silêncio presente é inquietante,
Não sinto medo, sigo caminhando,
Em uma paz profunda, uma paz celestial,
Que jamais, existir, pude imaginar.
Novas imagens se transformam,
O céu de um azul turquesa,
Toca-me um doce e suave calor,
Contemplo admirado, a beleza,
De um sol nascente
Que trás a mim o seu esplendor.
Vislumbro ao longe, um rosto querido,
Sinto que o sonho não é assim tão estranho,
Corro a lhe abraçar, beijo-a ternamente.
Neste sonho, sei que um dia nos amamos
E procuro um meio de entender,
Porque choramos, porque nos separamos?
Reencontro-a, e sei que vou não mais sentir
Aquela aflição, aquela agonia.
Neste sonho findará a minha dor
Na pureza, na ternura,
Na felicidade de seu amor!...