AUTO-RETRATO

Quando olho no espelho,

Sempre vejo uma criança,

Ouvindo cantigas de ninar,

Ciranda e muita folgança.

No seu olhar perdido,

Na busca do que se foi,

Perde a noção do tempo,

Acorda com a canção do boi.

Brinca de pique, queimada,

Pensa que é uma menina,

Mas, o espelho lhe revela,

Uma mulher em sua retina.

Não acredita na imagem,

Não se reconhece como Eu!

Não adivinha mais seu futuro.

Basta! De encarnar Proteu!