Delírio
Ouço um acorde suave, divinal,
Dê um caramujo à beira-mar,
Soando para mim, em lá-bemol.
São Sereias misteriosas a cantar,
Num duo de contralto e soprano.
E em harmonia, de fundo musical,
A voz grave de um barítono,
É Netuno como convidado especial,
Faz a tríade de um canto madrigal.
Embevecido, nem vi o tempo passar,
Eu nunca parei para pensar...
Que um dia, eu pudesse escutar,
Em uma concha a beira-mar,
Uma sublimação do meu sentido.
Mas, quem sabe é verdadeiro!
Serão as vozes da natureza!
A cantarem aos náufragos!
Inspirações vindas do fundo do mar.