Delírio

Ouço um acorde suave, divinal,

Dê um caramujo à beira-mar,

Soando para mim, em lá-bemol.

São Sereias misteriosas a cantar,

Num duo de contralto e soprano.

E em harmonia, de fundo musical,

A voz grave de um barítono,

É Netuno como convidado especial,

Faz a tríade de um canto madrigal.

Embevecido, nem vi o tempo passar,

Eu nunca parei para pensar...

Que um dia, eu pudesse escutar,

Em uma concha a beira-mar,

Uma sublimação do meu sentido.

Mas, quem sabe é verdadeiro!

Serão as vozes da natureza!

A cantarem aos náufragos!

Inspirações vindas do fundo do mar.

WILSON FONSECA
Enviado por WILSON FONSECA em 18/07/2008
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