impudicícia
impudicícia m’enrosca neste poético enleio
a pele da boca aposta ao gesto controverso
o rosto cristalino na concha de tuas mãos
e nos teus dedos, solta, minha rosa amarela
se no meu peito
s’assola tremura de ser verso
serpenteado livre à roda de tua cinta
em júbilo recato
em calmaria de acto
acalmo a malícia d’ervas daninhas
que s’atrevem no repovoamento de pastos
desbasto
decoto
lapido
revogo tratados sistémicos
legislo novas variantes
cambiantes de cores prismáticas
sobre cristais linhos e diamantes
bamboleante
entre enzimas d’instante e fermentos transactos
danço tango
sevilhanas
e logo me projecto em elegante valsa
sendo agora Cinderela de musa debutante
detenho a corda fina
desta lira ensandecida que s’eleva, que s’alteia,
adversa e antagónica
vestida de cetim cor de damasco, sou menina,
flutuo acesa em mágica certeza de ser,
de minha própria vida, fiel compasso.
ofereço-te minha rosa amarela.
singela … abraço-te!