O inesperado
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Eis-me aqui novamente, uma indefesa criança.
Brigo comigo, discordo de tudo e tenho medo.
Temer diante das surpresas da vida é natural;
Desejar o corpo proibido, talvez nem tanto...
Mas o que fazer se do meu inusitado espanto,
Surge a voz do meu sonho maior, real demais?
Surtiria efeito fugir e me macular o sonho?
Corro em círculos e nos desencantos da parede,
Minha testa bate no contraponto do vento.
Que loucura essa dor que me serve de alento...
Não sou cabeça dura, mas perco a sanidade.
Amar uma mulher de menor idade é proibido!
Quem proibiu se o coração não tem idade?
Ele é casto como casto são meus segredos...
Segredos agora esquivos e tementes dos desejos
Refletidos em cada linha do meu sentimento.
A dor consome minha serenidade e minha verve;
Esperançoso, minha angustia é alma que ferve.
Sentir essa tortura estando a dois, corpos despidos,
Seria de fácil entendimento real e óbvio: é desejo!
Explique-me, eu o desafio agora, explique-me!
Como sentir essa turbulência sem estar você aqui?
Que raios de torpor você possui nas entranhas?
Quão fêmea você consegue ser, sendo a dama
Do meu jogo de xadrez infindável, sem xeque?
Quero da vida de tudo um pouco e que me mate
A alma depois do nosso idílio de amor na cama.
Nijair Araújo Pinto
Juazeiro do Norte-CE, 12 de março de 2007.
15h22min