APENAS MAIS UM

Ando por alamedas do passado,

Ladeadas de flores de saudade.

O salgueiro ainda chora, abandonado,

Numa esquina da velha cidade.

Pessoas calmas passam por mim.

Trazem na face um sorriso vazio.

O vento sopra o aroma de jasmim,

Para os lados do caudaloso rio.

Ando só nessa lenta procissão,

Que caminha sem rumo certo.

Sou um corpo à mais na multidão

Oco, inflexível, deserto.

Me lanço nesse oceano: saudade!

Afogo mágoas, navego solidão

Nessa vida: calmaria-tempestade

Sou apenas mais um na multidão