Depois

E assim,

Quando todos estiverem atentos

à imensidão do meu vazio,

cortarão, como pétalas,

as folhas solitárias dos meus livros

e lerão o que deixei palavra por palavra.

Frente a frente, cara a cara desses versos,

saberás a origem que expresso,

os meus pesos carregados pelos ombros

como as lágrimas mais pesadas dos teus prantos,

quando cito nossos tempos como amigos…

E me abre, diante à flor da poesia,

um desprezo, do segredo à revelia,

expostos por ruídos do desvelo

tão secretos e sentidos pelo medo.

E, então, tu me atinges à memória…

E resgata a minha voz por teu silêncio

quando fechas o livro na lembrança

e abres, no coração, meus pensamentos.

Igor Calazans
Enviado por Igor Calazans em 25/01/2021
Código do texto: T7168272
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