OUTONO ETERNO
Sobre a sombra da noite um longo olhar
avivando um desejo que o suspiro exprime,
desafiando o tempo, uma lembrança a divagar
desvendando uma realidade que rompeu sublime.
Exultante, eu relembro era outono eterno,
pois os dias infindáveis refletiam amor
perplexa, eu sentia que nem mesmo o inverno
surgiria gélido diante de tamanho ardor.
Sob a lua branca, azul ou vermelha...
posso ouvir rumores de sóis que ocultam-se,
em mistérios infinitos sem deixar centelha
nos ares noturnos de estrelas que fitam-se.
Nesse fascínio cósmico de astros lampejantes
nas vibrações outonais elevam-se os sonhos,
e na meia-noite que chegando deslumbrante
vou compondo versos e a saudade transponho.