PoesiAndo a Amazônia

Amazônia


Portal da universalidade
Das florestas,
Dos rios, das corredeiras
Dos grandes lagos,
Dos grandes peixes,
Da imensidão, da grandeza
Dos extremos da beleza...

Amazônia dos mega projetos
Dos estudos, das pesquisas,
Da vulnerabilidade,
Do desenvolvimento,
Da sustentabilidade,
Da avareza por suas riquezas
Da extrema pobreza...

Pobreza do homem,
Da vida, do cidadão...
Pobreza pela degradação,
Pela devastação, pela agressão...
Agressão à Mata,
Aos animais,
Ao homem...

Amazônia cidadã
Brasileira,
Do mundo,
Do homem...
Que devasta, que mata,
Os seres vivos,
Os cidadãos...

Amazônia!
Amada zona,
Zona isolada,
Lado do Mundo
De todo mundo
Que te quer ter...

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Adeus, Belém!

Vou deixar-te terra querida
Deixo contigo o meu SER
Razão de SER
Do meu AMOR
E da minha dor...
Razão por que
Mesmo distante
Estarei contente
Sem sofrer...

Refletes em tua luz
A alegria e o amor
Dos que em ti vivem
És mapa aberto que conduz
À vida
À glória
Ao amor

Deixo contigo o meu carinho
E levo saudades pelo meu caminho
Te lembrando sempre,
Como mãe e amiga.

Adeus, Belém!
Adeus, AMOR!
Estarás comigo por onde eu for
Minha terra,
Minha vida...

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Saudades de ti, minha Belém


Uma saudade intensa apoderou-se de mim
Busquei alegrias em todos os recantos
Mas tu estavas a chamar-me, altiva e distante...

Tudo fiz para desvencilhar-me de tua imagem
Das tuas lembranças, hoje, saudades...
Nas coisas mais simples deixavas tua marca
Imagem, tristeza, felicidades...

Ao encontrar-me contigo, tudo mudou
Meus dias foram longos, lindos e vibrantes
Teu semblante nebuloso, teu céu tristonho...tudo era alegria
O sol e a chuva estavam sempre a combinar os encontros, as saídas
Meu suor era um banho de energia, onde eu mergulhava com alegria...

Andanças, corre-corre, encontros e conversas sem-fim
As madrugadas ouviam, silenciosas, enormes confidências...
E eu vivenciei as noites e os dias com sofreguidão
Pois eu queria apossar-me de ti
Para ter-te sempre comigo em meu exílio...

Hoje, aqui estou, de volta. Em casa, feliz...
Cheia de felizes lembranças para acalentar minhas saudades
Que serão muitas... e com tamanha distância
A te impedir de mim...

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Bel´Amazônia


És a cara da Amazônia,
Doce cidade fagueira
Como doce é viver
À sombra de tuas Mangueiras
Sombra prazerosa
Que nos alenta
Do sol e da chuva
Amenizando o calor
Dos dias quentes
Aqui, constantes...

És a cara desta terra
Que todos querem, um dia, conhecer
E, de longe, amam, sem saber,

Belém, Belém,
Com tuas chuvas freqüentes,
Tua Baías, igarapés, igapós,
Rio acima, rio abaixo,
O desassossego,
O Desconhecido...
Tudo nos leva ao sonho
À ilusão da selva,
Da fauna abundante,
À lenda encantada
Indios, botos, uiaras,
Imaginário regional,
Tão rico e fascinante
Linguagem cantante
Em teus carimbós...

Belém que encanta
Quando canta a natureza
De tão abundante beleza
De reinados e realeza
Mirim, arana, açu,
Açai, tacacá, cupu-açu...

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Belém

Andar por tuas ruas
Largas avenidas
Abertas ao amor,
Ao prazer,
Ao doce frescor de tuas sombras,
De tuas frondosas mangueiras
Sonoras e sombrias...

Suavidade inquietante
Te tuas tardes chuvosas
Permanentemente quentes...
Convite constante ao amor,
Ao encontro descuidado,
Casual, molhado, sensual...
Sensual, como te desenhas,
Como te insinuas ...

As chuvas constantes
Inconstantes, incessantes,
Desnudam a cidade,
Num jogo constante
Em ritos, em mitos,
Jogos e tramas
Suavidade e dor...

Tuas meninas molhadas,
Suadas, apressadas,
No corpo o convite,
Despudoradamente sensual,
Com cheiro de chuva,
De folha molhada,
Doce fragrância,
Acanhada, "caliente",
Faceirice e meiguice,
Que só tu tens...Belém

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Minha Terra

Ah, que bom este retorno!
Que bom é estar de volta,
Ao lugar onde sempre gostaríamos de estar,
De onde foi bom ter saído,
E melhor ainda, estar de volta...

Minha terra...
É assim que te vejo e te amo,
Cada vez mais...

Quando de ti me afastei.
Muitas saudades chorei,
Hoje também, muito choro,
Por tudo que já passei.
Por tudo que estou passando
Que, por profundo prazer,
Abandonei, por você...


Querida terra, querida...
É assim que te quero ter,
Sempre bem perto, mesmo longe,

Sei que te amo,
Te quero muito, eu sei...
Mas a saudade doída
Do meu GRANDE bem querer
Se faz triste e sofrida,
E assim, não te posso ter.

Minha terra querida e sentida
Só assim posso te amar sem sofrer...

Deixo-te e afasto-me...
Fisicamente, eu sei...
Mas, o meu SER
Assim como minh’alma,
Vai e FICA, sempre, AQUI
Meu VIVER, meu BEM-QUERER.

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Meu Maú

Eu hoje estou aqui e posso te ver com olhos de realidade...
Quando criança, eu aqui vivia e te achava o paraíso...
Lugares imensos a percorrer, o igarapé espraiado
O quintal de minha casa, que, em minha imaginação,
Mas parecia um bosque, um pomar, uma grande floresta...

Tudo parecia belo e grandioso,
E eu te retinha em meus pensamentos
Com o idílio e as fantasias de uma lembrança inocente

Hoje, com meus olhos críticos de adulto
Me penitencio por achar tanta imperfeição
Onde antes era apenas beleza e sedução...

O igarapé, antes meu recanto espraiado,
Hoje vejo um córrego, sem ares de oceano
Que ainda desperta meu lado criança
Quando nado em suas águas e passeio em sua correnteza,
Tentando encontrar a mesma alegria de outrora...

Os grandes espaços, hoje não os reconheço
Nos registros distantes de minha imaginação
São latentes, místicos, sem rumo...

No meu quintal, algumas árvores perpetuam
A distância, o tempo, o abandono...
Só ouço as vozes do vento, em sussurros
Registrando o hoje em outra melodia,
Anunciando em clarins os sonhos ausentes...

E eu me volto à saudade, à distância
A um tempo que hoje não reconheço
E desconheço o hoje que se apresenta...

Maú, hoje tu fazes parte do meu presente
Sempre presente em minhas lembranças...
Que bom que te tenho em meus sonhos e não em nostalgia!
Maria de Fatima de Queiroz M
Enviado por Maria de Fatima de Queiroz M em 25/06/2020
Reeditado em 26/06/2020
Código do texto: T6987692
Classificação de conteúdo: seguro
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