Belém do São Francisco
Andava na frete assustado
Carregava um saco razo
Calejava os pés descalços
O calor era rude .
Saia da casa velha a moça
Nos olhos o cortejo da janela
Era azul anil
Portal de vista bela .
Chegava ali sem palavras
No vazio carregava um tudo
A alegria de todo mundo
Ou quase nada .
Nas ruas senhorinhas tecendo
O chão barreiro quente
Cercas cravadas
Um sopro era frio suficiente .
Mas o olhar rente
Pois amanhã será melhor
O dia se foi e é só
É isso que move a gente