Liberdade
Não sei que horas voltarei.
Estou saindo sem nem imaginar pra onde vou nessa manhã chuvosa,
que mais parece oração
de gente chorosa .
Mas vou de qualquer jeito curtir a liberdade adquirida depois de meio
século de vida,
que ficou no encanto secular de prisão necessária, de imensa
responsabilidade.
Vou curtir o vento respingado de chuva,
vou aceitar mesmo na intempérie, minha unica verdade
e costurar a dor sem piedade.
Vou esquecer momentos ruins, horas incertas
esperanças descabidas,historias mentirosas.
Lavar os pés na enxurrada correndo sem rumo
sentar no muro encardido ali da frente, toda prosa.
Quando chegar a noite eu volto; volto cheia de esperança
por ter encontrado a mim mesma novamente,
sentindo-me criança.
A chave que seguro foi lapidada de tolerância infinita,
de amor incondicional e necessária doação.
Tropeços doloridos ensinaram-me o norte
fizeram-me forte.
Sem covardia e maldade
deram-me a responsável liberdade.
Ravagnani S.C.
porque cumpri
e quando a noite chegar volto leve