O AÇUDE
Perdido neste
Silêncio Invisível
Das águas turvas
Que soluçam
O líquido murmúrio
Do sol poente
Ouvem-se canto
De pássaros
Tilintando as asas
Ao entardecer.
A intuição rompendo
Os gritos
Tortos, sombrios
E movediços.
Prospera da noite
Um luar sereno
Esquivo a desenhar
Por tortas linhas
O augrure retorcido
Deste lamento.
Daquela mansa
Calmaria aborda
As margens
Do açude aflito
Açoitados ventos
Me vislumbram.
Meus olhos
Lacrimejam
E escorre
Pela minha face
O gosto amargurado
De sal
Daquele relâmpago
Conflito.
By Daniel Gomez.