Mil gotas abaixo do céu

Aqui, tudo me conta um pouco a sua história.

A árvore tocada pela chuva,

balança cantando vitória,

relembrando assim, a sua mocidade,

seu brado de vitória.

O asfalto que rasga o pneu do carro,

recebe o piche quente, o cadáver frio do menino carente.

Colhe as lágrimas da mãe, os grãos sal que adornaram o tapete onde o Messias passou, ou ficou.

O vento, taciturno,

esse me diz muito, em seu silêncio casmurro.

Parece assobiar, contudo quem produz o som são as frestas das portas, portinholas,

frisos onde toca

que insistem em lhe chamar.

Seguem conclamando a atenção do ligeiro, que passa e leva tudo agora.

Espalhando a poesia por aí,

mato adentro,

rua afora.