Viagem ao Seios de Bárbara

Naquela tardinha na praça,
Com quermesse e estrela cadente,
Viveu emoção tão fugaz,
Que guardaria na mente,
Trancada em capa profunda,
Lembrança de jovem rapaz.

Da bela moça matreira,
A quem vigiava os passos,
Surgiu como bênção dos céus,
O mais lindo par de seios,
Que o mundo já criara,
Com um sorriso brejeiro.

O tempo passa e tudo leva,
Só não levou o anseio,
De outra vez reparar lindos seios,
Tatuados na sua mente,
Após 35 anos, de vida de donzelice,
Aí deu-se início a procura.

De tão desejados seios,
Com olhar sempre cioso,
Transpôs lagos, serras e montes,
Viajou de pau de arara,
Só para encontrar Barbinha.

Quando chegou a velha vila,
Sentiu que nada tinha mudado,
A não ser sua Bárbara...
A vida lhe havia derrubado,
Da boca lhe faltavam dentes,
Os lábios tortos queixas calavam.

E os seios, como estariam...?
Nem queira saber amigo,
A vida é bela e é castigo,
Depois de cinco filhos,
A vida lhe deu a recompensa,
A terrível e triste doença.
Luís Lisbello
Enviado por Luís Lisbello em 23/08/2019
Reeditado em 12/09/2019
Código do texto: T6727498
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