VALE DAS MATAS
VALE DAS MATAS
Homenagem a minha terra, Canguaretama/RN
Entre rios, vales, matas
e manguezais, minha cidade natal,
“Oh, Vila! Diga teu nome,
Também te quero chamar...
Tu és Vila da Penha,
Canguaretama ou Uruá.”
questionam-te, nessa quadra que há.
Cidade litorânea, de conflitos e martírios,
a catarineta, em festa de padroeira,
teus poetas e escritores,
cantam-te, em versos e prosas,
Carlos Silva, Tamires, Galvão Neto,
Homero Homem de Siqueira Cavalcanti,
“O cabra das rocas”, do engenho Catú.
Cidade dos engenhos Paul, Cunhaú,
Pituaçú, Murim, que fizeram histórias,
famílias tradicionais, de guerra e de paz,
dos alpendres, conversas de calçadas, canaviais,
galinhas nos quintais, Uruá magistral.
De Penha te denominaram, por apenas um mês, és lembrada por tal, matrona.
por religiosidade de um frei.
Nossa Senhora da Conceição, patrona
da vila que se tornou cidade,
Canguaretama, bonita e faceira,
entre praças, currais e lindos coqueirais.
Floresta tropical de paus-Brasil,
algarves, gabirobas, carnaubais,
terra de canaviais e também do sal,
a mais bela praia do litoral,
Nas manhãs, a fauna demais
parece, sinfonia de Bach.
Aquele trem, cujo apito me despertava,
no alto da estação, já não vai,
onde povo gentílico, contente dançava,
cantando versos e quadras de pastoris,
no largo do cruzeiro ou no terreiro das casas,
do bairro em que nasci, um pedacinho do Brasil.
Neide Rodrigues, poetisa potiguar, em 04/07/2019