Luzes

Observava aquela noite,

Sentada na sacada,

O silêncio era meu acompanhante,

E a calmaria era minha morada.

Acima, estrelas em eternidade,

Cintilando com seu brilho reluzente,

Abaixo, apenas a mesma cidade,

Tão igual, porém tão diferente.

Sinto a gratidão do momento,

E como se fosse um clichê,

Me perco no pensamento,

E então me lembro de você.

Costumávamos ver essa vista,

Juntos, apenas um destino fadado,

Do mundo, apenas o olhar mais otimista,

Com todos os medos guardados.

Vivíamos em totalidade,

Tínhamos planos, um futuro correto,

Em mim habitava a felicidade,

Eu me sentia um ser completo.

Eu tinha por perto sua amizade,

E me aquecia da sua paixão,

As luzes da cidade,

Iluminavam meu coração.

Mas como em um pesadelo,

Seu amor se perdeu de mim,

E sua partida sem nenhum apelo,

Foi o começo do nosso fim.

Vendo esse panorama,

Me recordo da dor de te perder,

E tudo foi além de um drama,

Que por muito tempo tentei entender.

Confesso que agora,

Estou incerta e muito confusa,

Ainda espero a melhora,

Pois do mundo sou intrusa.

Mas da vida eu não sinto medo,

Refletida na cidade em julgamento,

Como semáforos piscando em segredo,

Ou como os carros em movimento.

Escrevo esses versos,

Para nunca me abandonar,

Desses sentimentos dispersos,

E o momento eternizar.

E apesar de estar sozinha,

E de não saber o que fazer,

Lembro que sou uma heroína,

E que irei sobreviver.

Agora só tenho a liberdade,

E amo a minha solidão,

As luzes da cidade,

Ainda iluminam meu coração.

Viajante atemporal
Enviado por Viajante atemporal em 20/10/2018
Reeditado em 28/10/2019
Código do texto: T6481608
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