MINHA MÃE

seus cabelos

embranquecidos,

descoloridos pelo ardor do tempo,

suas mãos,

ainda ressecadas

não perdiam a maciez

num toque de carinho,

sua voz,

ainda que trêmula,

era uma canção de ninar

dentro de um mundo de insônia,

seu riso,

um tanto desbotado,

brilhava como um farol

nas noites escuras de chuva e trovoadas,

seu andar,

lento e apoiando nas paredes,

nunca erraram o caminho da verdade,

e nas suas pegadas,

seus filhos seguiram a trilha dos homens honestos,

seu abraço,

frágil e não mais apertado,

aquecia as tardes de inverno

quando o sol era distante e morno!

Na minha velhice,

ainda que os anos se alonguem

e meus olhos confundam as cores e as paisagens,

que a sua imagem

eu guarde dentro de mim

como um menino

guarda o melhor presente

que ganhou em toda sua vida:

Minha mamãe!!

Jonas De Antino
Enviado por Jonas De Antino em 13/07/2017
Código do texto: T6053826
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